Primeira menstruação: o que toda menina precisa saber

A menarca (primeira menstruação) é o acontecimento final da puberdade e o início da fertilidade feminina e capacidade de reprodução, segundo especialistas. O assunto, entretanto, costuma causar constrangimento entre as meninas e, em alguns casos, nos próprios pais, que não conseguem orientá-las corretamente nesse momento.

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Por isso, a IstoÉ reuniu os principais tópicos acerca desse tema, para ajudar adolescentes e responsáveis. Afinal, menstruação é, acima de tudo, saúde feminina. Logo, requer a devida atenção.

Primeiros sinais

Ana Paula Matos, ginecologista da Alta Excelência Diagnóstica, que integra a rede Dasa, aponta que a primeira menstruação costuma ocorrer entre os 12 e 13 anos de idade. No entanto, não há regras, visto que uma série de fatores pode influenciar na chegada do primeiro ciclo, desde genética a ambiental, social e étnico, fazendo com que a menarca varie dos 10 aos 15 anos.

As mudanças corporais, típicas do desenvolvimento feminino, como aumento dos seios e pelos na região púbica e axilar, são sinais da puberdade, o que podem indicar que o primeiro ciclo se aproxima. 

“Esses sinais aparecem habitualmente após os 8 anos. Aparecendo antes disso, recomenda-se procurar um médico”, pondera a médica.

A avaliação ginecológica é necessária após a primeira menstruação, pois além de orientar os pais e a adolescente sobre as mudanças que estão ocorrendo, o profissional consegue identificar “o que pode ser normal ou anormal nesse período”, segundo Ana Paula.

Fluxo menstrual 

Os primeiros ciclos menstruais são novidades para o corpo, que também está se adaptando à nova fase. Por isso, é normal que o fluxo e a periodicidade (tempo entre uma menstruação e outra) variem nas primeiras vezes. 

“É comum que os primeiros ciclos sejam irregulares e a regulação pode demorar vários meses ou até anos, em alguns casos. É preciso ficar atenta, pois a irregularidade prolongada pode estar associada a disfunções endócrinas e deve ser investigada por um ginecologista”, alerta a médica. 

Para evitar ser pega de surpresa, Mariana Betioli, obstetriz especialista em saúde íntima e CEO da Inciclo, recomenda anotar todos os ciclos e sintomas em um calendário menstrual (alguns aplicativos de smartphone são boas opções). Outra indicação é fazer o uso de calcinhas absorventes.

“Para os primeiros ciclos menstruais a calcinha absorvente é uma excelente opção, porque é muito simples de usar. A menina simplesmente veste e já está pronta. Outra grande vantagem é que pode ser usada diariamente [com a devida troca diária e higienização da peça] enquanto o ciclo não se regulariza”, destaca Mariana.

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Uso de absorvente

Freepik

Os absorventes descartáveis costumam ser uma escolha comum entre as adolescentes. Entretanto, além de o descarte prejudicar o meio ambiente, seus componentes químicos podem refletir na saúde íntima.

“O sangue quando sai do nosso corpo e entra em contato com o ar e com os químicos do absorvente descartável começa a entrar em processo de decomposição enquanto está em contato com a nossa região íntima, o que acaba provocando irritação, infecção e alergia em muitas mulheres”, explica a especialista.

Por esses motivos, assim como a calcinha absorvente, o coletor menstrual  (clique aqui e saiba tudo sobre ele) é uma ótima opção, pois além de mais prático e não prejudicial à saúde, pode ser usado por mulheres de todas as idades, inclusive por meninas virgens. Entretanto, só deve ser usado durante a menstruação. 

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Higiene durante a menstruação

A higiene íntima é muito importante e requer atenção especial durante a menstruação. Mariana orienta lavar bem a vulva, ao menos uma vez ao dia, com atenção para remover qualquer resquício de menstruação ou papel higiênico que possa ter ficado entre os lábios vaginais.

“Vale ressaltar que fazer uma boa higiene não significa passar um monte de sabonete na região íntima. Dentro da vagina, não devemos lavar nunca, nem com sabonete, nem com água. O que lavamos é a vulva, ou seja, a parte de fora”, alerta.

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Por fim, Mariana detalha: “O recomendado é lavar com água morna, passando os dedos entre os lábios vaginais. Caso queira, pode usar uma pequena quantidade de sabonete íntimo e enxaguar bem depois”.

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